Prefeito Léo Folim é alvo de críticas de vereadores por falta de diálogo na antecedência de envio de projetos de lei considerados relevantes e polêmicos

O Presidente chegou a dizer que a “Câmara não é uma pastelaria ou um drive-thru” onde se pede um lanche de um lado e cinco minutos depois tem o pedido atendido.

Prefeito Léo Folim é alvo de críticas de vereadores por falta de diálogo na antecedência de envio de projetos de lei considerados relevantes e polêmicos Imagem por Arte: Folha de Iperó e Texto por Folha de Iperó
  • 25/10/2024 às 14:02
  • Atualizado 25/10/2024 às 14:02
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O prefeito Leonardo Folim (PSD) foi alvo de duras críticas por parte do presidente da Câmara, o vereador Luis Fernando Paula Leite (PV), durante a sessão desta terça-feira (22), pelo que classificou de falta de diálogo quando antecede o encaminhamento de projetos de lei de relevância e até mesmo polêmicos, com pedido de tramitação em regime de urgência à Casa. Em seu discurso, o Presidente chegou a dizer que a “Câmara não é uma pastelaria ou um drive-thru” onde  se pede um lanche de um lado e cinco minutos depois tem o pedido atendido. E que ele, enquanto presidente do Poder Legislativo, particularmente “não tem sido  consultado (pelo Executivo) nem para um palpite, uma ideia, para absolutamente nada”. Manifestações que foram endossadas também pelo vereador Angelo Valário Sobrinho, mais conhecido como Nenão Valário (Podemos).

As críticas tiveram início quando a sessão já estava se encaminhando para o seu final, no conhecido “pinga-fogo”. O presidente da Casa iniciou sua fala relatando que nesse dia foi lido em plenário um “importante projeto de lei complementar” de autoria do Executivo, no qual pede autorização dos vereadores para a venda de imóveis localizados no Distrito Industrial. E disparou: “Eu, enquanto presidente dessa Casa de Leis, tomei conhecimento do referido projeto através das redes sociais, algo que tem sido comum aqui no município. Eu, com todo respeito ao Executivo municipal, acredito que essa Casa de Leis, Poder Legislativo, em nome de todos os vereadores e das senhoras vereadoras, merece melhores explicações desses projetos que estão sendo enviados à esta Casa.”

O presidente da Câmara foi além e lembrou que na semana passada também houve a leitura de um projeto de lei que tratava sobre a estruturação e ações da Zoonoses e que a propositura teria sido enviada sem qualquer conversa prévia com  a Mesa Diretora e com representantes de instituições ligadas à causa animal. “Na semana passada foi lido um projeto sobre a Zoonoses e, que eu saiba, não teve a participação de nenhum dos representantes dessa Casa e, muito menos, de nenhum representante da causa animal, que conhecem os problemas e necessidades e estão presentes no dia a dia... que entendem da situação”, disse e disparou: “Eu acredito que governar uma cidade, vai muito além de interesses pessoais, seja particulares, seja gostos políticos, preferencias de candidatos e vereadores.. Eu acho que essa conversa com todo mundo faz com que os erros possam ser diminuídos. Eu estou nessa Casa só até o dia 31 de dezembro... Mas as outras gerações (vereadores) vão estar aqui participando, então, que exista esse respeito ao Poder legislativo, de pelo menos participar desses projetos que são importantes e que a gente vem cobrando aqui desde o primeiro dia de mandato”.

O Presidente da Câmara destacou que ao analisar o projeto, num primeiro momento, já identificou diversas dúvidas que, na sua avaliação, precisam ser esclarecidas pelo Executivo. Entre as quais, os valores correspondentes ao tamanho dos imóveis; as avaliações, que foram feitas apenas por uma empresa; e ainda quais os benefícios para o município que isso trará, como a geração de quantos empregos; tempo para a construção das empresas... Ou seja, se tais informações ou exigências estarão atrelados nos contratos. “Caberia uma audiência pública para sanar dúvidas. No caso do projeto da Zoonoses, já encaminharam e pediram em caráter  de urgência e vai para as redes sociais divulgando. Isso aqui não é parque de diversão, não é brincadeira... é coisa séria...”, criticou e completou: “Precisa ouvir o Legislativo gostem as pessoas do Executivo ou não gostem ... são essas pessoas que estão aqui que foram eleitas para representar a população. É assim que funciona o processo democrático, uma administração. Poderes Executivo e Legislativo, dentro de suas competências. Eu particularmente, não tenho sido consultado nem para um palpite, uma ideia...para absolutamente nada”, disse o Presidente.

Manifestações que foram endossadas também pelo vereador Angelo Valário Sobrinho, mais conhecido como Nenão Valário (Podemos). “Quero parabenizar vossa excelência pela manifestação. Antes eles (representantes da prefeitura) vinham dar explicações sobre os projetos, agora não vejo mais. Todo mundo sabe que defendo e apoio o prefeito em suas ações e projetos, mas acho que nesse aspecto ele tem deixado a desejar...”, disse e completou: “Sobre a Zoonoses eu fiquei indignado mesmo. Eu precisava saber, eu sou da causa animal, e as pessoas me cobram. Isso é desmerecer o vereador.”

O único presente na sessão que saiu em defesa do Executivo foi o vereador Alysson (Podemos), que chegou a dizer que estaria havendo “um equívoco” pois o Executivo só estaria pedindo autorização para dar sequência ao fato e que tudo seria esclarecido na licitação posteriormente. E que caberia a cada vereador, caso tenham dúvida também buscar informações. Manifestação que logo foi rebatida pelo presidente e por Nenão, que reafirmaram a falta de diálogo. “Sempre houve esse diálogo, onde os secretários vinham e explicavam sobre os projetos e hoje não acontece mais. Não se trata de explicar para mim, mas para a Casa, para a população”, disse Nenão.