"Juntados" ultrapassam casados no civil e religioso em Iperó, aponta IBGE

Pela primeira vez na história, 39,5% da população unida opta pela não formalização, superando o modelo tradicional

"Juntados" ultrapassam casados no civil e religioso em Iperó, aponta IBGE Imagem por Divulgação e Texto por Folha de Iperó
  • 03/12/2025 às 16:18
  • Atualizado 03/12/2025 às 16:18
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Os casais que se "juntaram", configurando união consensual, consolidaram a forma de união conjugal mais comum entre a população que reside em Iperó, superando casamento no civil e religioso. De acordo com dados do  Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), cerca de 39,5% das pessoas de 10 anos ou mais que viviam em união em Iperó optaram por essa modalidade, superando o percentual de casamentos no civil e religioso com 30,8%. O IBGE explica que a união consensual inclui tanto casais que vivem em união estável reconhecida judicialmente quanto os que apenas coabitam sem registro formal.

Em números, isso significa que de um total de 16.546 pessoas que vivem em união conjugal, 6.507 optaram pela união consensual, enquanto que 5.090 casaram-se  no civil e religioso, outros 4.722 se casaram apenas no civil e outras 227 pessoas casaram somente no religioso.

Se levado em conta o perfil de religiosidade, a união consensual está mais presente entre os católicos, superando inclusive o casamento no civil e na igreja, com 52%. Já as 7.606 pessoas que se declararam evangélicas, 2.046 decidiram se “juntar”, o equivalente a 27%.

 

Uniões consensuais são mais presentes entre os jovens, concentrando 56,2% das pessoas unidas de até 39 anos. O casamento formal, por outro lado, predomina entre pessoas de 40 anos ou mais com 76,3%.

O aumento desse tipo de relação reflete mudanças culturais e econômicas, com maior valorização da convivência afetiva e da independência individual, além dos custos da formalização do casamento.

A socióloga Eliane Gomes, consultada pelo IBGE, explica que a transformação nos arranjos conjugais está ligada à autonomia feminina, à flexibilização dos modelos familiares e à valorização da convivência afetiva em detrimento da formalidade. “O casamento deixou de ser a única forma legítima de constituir uma família. Hoje, as pessoas se sentem mais livres para definir o tipo de relação que desejam viver”, observou.