Em meio ao isolamento social, mães e filhos arranjam novas formas de passarem o dia das mães ‘juntos’

2020 está sendo marcado pelo trabalho global de união para o afastamento físico. Por conta da pandemia do novo Coronavírus (Covid-19), que se alastrou pelo...

Em meio ao isolamento social, mães e filhos arranjam novas formas de passarem o dia das mães ‘juntos’ Imagem por Folha de Iperó e Texto por Folha de Iperó
  • 10/12/2019 às 08:47
  • Atualizado 25/01/2023 às 08:47
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2020 está sendo marcado pelo trabalho global de união para o afastamento físico. Por conta da pandemia do novo Coronavírus (Covid-19), que se alastrou pelo mundo todo, a Organização Mundial da Saúde (OMS) recomenda o isolamento social que, aqui no Brasil, se tornou determinação governamental. Entretanto, dia 10 de maio será celebrado o dia das mães e, com isso, mães e filhos que estão afastados, aguardam o fim da quarentena para abraçar, presentear e estar com quem se ama.

Mãe de dois filhos que já não moram mais com ela, Sueli Monteiro afirmou que, por estar isolada, “a saudade aperta mais”. “Sou uma mãezona que gosta dos filhos sempre perto. Gosto de fazer os seus pratos preferidos, Abraços e até mesmo puxão de orelhas se for preciso. Com esse vírus circulando por aí, estamos isolados, dependendo sempre de redes sociais”, relatou ela.

Mas esta data comemorativa não passará em branco, de acordo com a Sueli. Sua família e ela passarão essa data distantes, fisicamente, mas unida e recordando comemorações passadas, em que a família pôde estar junto. “Não podemos fazer muitas coisas mesmo, isso é fato. Mas podemos conversar pelas redes e lembrar fatos, acontecimentos, relembrarmos momentos com nossas fotos em família.”

Sueli Monteiro não descartou a possibilidade de ser presenteada. “Quem sabe receber um presentinho via delivery, que está em alta nesse momento”, disse a mãe que ainda ressaltou que há muitos momentos para recordar e que, ao final da pandemia, planeja reunir toda a família. “Nós passamos muitos dias das mães e aniversários juntos. Agora temos muito pra relembrar. E quando tudo passar poderemos fazer uma grande festa todos juntos. Aguardaremos por dias melhores, não podemos perder a fé”, esperançou Sueli.

Alzira Alves, mãe de quatro filhas e avó de seis crianças, relatou que irá sentir muita falta das filhas, visto que todos os anos a família se reúne. “É difícil. Todos os anos a gente comemora juntas, as quatro filhas, mesmo pela internet”, e continuou “Ainda bem que, pelo menos, eu estou com minha netinha e meu netinho aqui comigo, isso ajuda um pouco”.

A avó ainda exprimiu que, em todos seus 66 anos, nunca se imaginou nesta situação. “É uma fase que a gente nunca imaginou que a gente iria passar. Em toda a minha vida, foi a primeira vez uma fase dessas”, revelou Alzira que ainda afirmou que mesmo em uma época difícil, dará um jeito de se manter próxima às filhas e netos neste dia das mães. “Mas este ano, eu ainda vou falar com todas as minhas filhas pelo Whatsapp. Já é um consolo”, afirmou a mãe de quatro mulheres.

Sobre o final do período de isolamento social, Alzira Alves ainda confirmou que haverá comemoração atrasada, não só do dia das mães, mas dos aniversários que também não foram celebrados durante esta quarentena. “Vai ter comemorações de todos os aniversários que não foram comemorados. Vamos juntar todo mundo aqui no meu apartamento. Vai dormir no chão, na varanda, em qualquer lugar”, a avó brinca.

Angélica Lacerda, que tem dois filhos, sendo que um deles mora com ela, falou sobre a importância desse isolamento para que as mães que ainda tem filhos pequenos morando em suas casas, tenham a oportunidade de ficarem mais com eles e verem a infância e o desenvolvimento das crianças. “É uma oportunidade de conversar mais, porque a internet havia roubado muito da convivência”, refletiu a mãe.

Angélica ainda contou que deixou de visitar sua mãe e avó para a segurança delas, mas que mantém o contato pelas redes sociais. “Temos também uma avó de 98 anos, bisavó dos meus filhos, e eu tenho a minha mãe de 79 anos. Então pouco tenho ido até lá, por conta da segurança, mas nos falamos todos os dias pelo telefone e também as chamadas de vídeo”, e continuou “Hoje a gente aprendeu o quanto é importante a gente abraçar, beijar, tocar, o quanto é gostoso estar junto”.

De acordo com a Angélica, o final do isolamento resultará na comemoração de um “novo momento da humanidade”, em que mães e filhos terão maior consciência de valorização dos momentos passados em família. “Vamos nos tornar melhores pessoas, melhores mães e também melhores filhos”, afirmou ela.

Vale ressaltar que a determinação de isolamento social no estado se encerraria no dia seguinte ao dia das mães, dia 11 de maio. Entretanto, a medida já foi prorrogada, na última sexta-feira (8), pelo governador do estado de São Paulo, João Dória (PSDB), até dia 31 de maio, data que também poderá ser estendida se necessário.